quinta-feira, 28 de maio de 2009

Comunicação Visual do Galpão C.H.A.M.A

Quem passa pela Rua Ivo Gomes, 51 - Comunidade Pantanal, sempre escuta um batuque, um acorde, um canto, senão sempre vê a movimentação de adolescentes da comunidade em aulas de dança ou boxe, ou ainda, a concentração das mulheres na aula de corte e costura. Os mais curiosos param, olham e vão saber que espaço é aquele, já outros, olhavam e passavam direto sem saber bem que ali naquele Galpão, no Galpão C.H.A.M.A, acontecem as atividades de arte, cultura e esporte desenvolvidas pela banda Oganjah, através do Projeto C.H.A.M.A., na comunidade Pantanal.

A partir de hoje, quem passar na rua Ivo Gomes não terá mais dúvidas do que acontece ali. A fachada do Galpão C.H.A.M.A, que ainda não possuía comunicação visual que identificasse o Projeto, recebeu ontem, 27, do artista e graffiteiro William Mistério a mais linda 'placa de identificação'. Ao invés de letreiros luminosos, que gastam energia e não contribuem com o meio ambiente, a banda Oganjah escolheu identificar o galpão com a arte do Graffiti.

O apoio de Mistério, como é conhecido, imprimiu na fachada do Galpão a identificação necessária para que os moradores e moradoras do Pantanal, ao passarem por ali, saibam que aquele é um espaço de Humanização, Arte e Movimento. As expectativas são de aumentar ainda mais a participação de quem vive lá, "muita gente que mora aqui fica com vergonha de perguntar o que acontece no galpão, se é de graça, se é para qualquer um(a). Com a comunicação visual da fachada identificando o Galpão C.H.A.M.A, a adesão às oficinas irá crescer e poderemos construir o projeto com ainda mais moradores e moradoras." afirma Bruna Martins, da assessoria de comunicação do C.H.A.M.A

O graffiti

A escollha de usar o graffiti não foi aleatória, como aponta Mariana Ruas, oficineira do projeto e backing vocal da banda Oganjah "o graffiti é arte de rua, é arte do povo, a ideologia dessa manifestação é coerente com os ideais do nosso projeto. O graffiti é intervenção urbana, ocupação dos espaços públicos através da arte, e é isso que fazemos no Projeto C.H.A.M.A, ocupamos não só o espaço do Pantanal como o tempo dos que vivem aqui com arte, esporte e, principalmente, cidadania."
Além de se configurar como arte democrática, já que as(os) graffiteiros(as) não seguiam linhas ou escolas artísticas, o graffiti ainda tem uma importante relação com a vasta cultura de rua, e, a cada dia, aumenta o número de apreciadores(as) e de graffiteiros(as). Atualmente, a técnica que usa spray para decorar superfícies compõe as referências culturais que incluem a música do hip-hop e rap e a dança do breakdance.

Aulas de graffiti, break e hip hop

As aulas tiveram início no início de 2008, "os meninos da comunidade são loucos pelo hip hop e pelo graffiti, iniciamos as aulas e logo as turmas encheram" fala Tia Dora, produtora da banda Oganjah e Articuladora do Projeto C.H.A.M.A. "atualmente, as aulas foram paralisadas, pois o oficineiro do projeto teve que se afastar, mas em breve estaremos reabrindo as turmas, estamos mantendo contato com alguns possíveis oficineiros e logo a comunidade estará com o seu próprio grupo de break e hip-hop" completa.

Quem anda pelo Pantanal já pode ver as referências de graffiti por toda a comunidade. No dia das crianças do ano passado, os graffiteiros Juarez e Boca deram de presente à garotada um muro, na esquina da rua Ivo Gomes com a Av. Pantanal, graffitado. Nos desenhos, temas e palavras de celebração às crianças que vivem lá. Andando mais um pouco pela Avenida Pantanal, também é possível ver pelas paredes a arte de Vitor Nabaga, de Diego e de outros graffiteiros que embelezam o Pantanal.

Vale a pena conferir, é uma exposição a céu aberto.

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