terça-feira, 31 de março de 2009

Programa ‘Sou Parceiro’ e Projeto C.H.A.M.A

  • Programa ‘Sou Parceiro’ beneficia instituição do loteamento Pantanal Maurício Pimentel, secretário de Estado do Esporte e Lazer/Foto:

“Acredito que esse seja o início da realização dos nossos sonhos”. Foi com lágrimas nos olhos que Tia Dora segurou no microfone para agradecer o apoio que recebeu na sua luta diária a favor da comunidade do loteamento Pantanal. Nesta sexta-feira, 27, o projeto C.H.A.M.A. (Consenso Humanitário Para a Arte e Movimento em Aracaju) realizado pela Banda Oganjah e por apoiadores da comunidade, firmou uma parceria com a Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel) para manter seus trabalhos de inclusão social através do esporte.

Realizada no galpão do C.H.A.M.A, no próprio loteamento Pantanal, a solenidade foi marcada pela entrega de um tatame para prática de artes marciais e lutas. O equipamento possibilitará que as oficinas de jiu-jitsu, boxe, kickboxing e muay-thai sejam realizadas condições ainda melhores.

A ação faz parte do projeto ‘Buscando um sonho’, desdobramento específico para instituições da sociedade civil organizada do programa ‘Sou parceiro’. Criado pela Seel, o ‘Sou Parceiro’ consiste no firmamento de alianças com a sociedade para a promoção de inclusão social pelo esporte. Mais de 80 crianças e adolescentes do Pantanal serão beneficiados com a iniciativa da Seel em parceria com o C.H.A.M.A.

O evento contou com a presença do secretário de Estado do Esporte e do Lazer, Maurício Pimentel, que destacou a natureza diferenciada do programa ‘Sou Parceiro’: potencializar o que já está sendo feito pela sociedade e estimular novas iniciativas. “Nem sempre o Governo precisa montar um trabalho sozinho para que as coisas aconteçam. E o programa ‘Sou Parceiro’ representa isso. É a nossa parceria com pessoas que querem construir uma sociedade melhor. A sociedade organizada daqui do Pantanal já tinha um trabalho voltado para o esporte. Então para que montar um trabalho próprio quando podemos ser parceiros desse projeto maravilhoso? Não basta só falar e ter um conceito bonito de inclusão social. É preciso fazer. E isso aqui é algo prático, e é apenas o começo”, destacou o secretário.

Buscando um sonho

De acordo com o diretor de inclusão social da Seel, Max Prejuízo, a atuação do projeto ‘Buscando um Sonho’ no Projeto C.H.A.M.A comunidade Pantanal consistirá de duas espécies de benefício. O primeiro é o apoio material, constituído pelo fornecimento, pela Seel, de equipamentos esportivos. O segundo consiste no apoio psicossocial para os alunos das oficinas, ação que será realizada em parceria com a faculdade Pio X.

“Estamos tratando aqui com uma comunidade de alto risco. E sabemos que o fato de crianças e jovens estarem envolvidas com o esporte não significa, obrigatoriamente, que elas já estão com o futuro encaminhado. Entregamos o material, mas também desenvolvemos um trabalho paralelo para levantar auto-estima desses jovens, resgatando sua a cidadania e potencializando-os para o bem”, destacou o diretor. Dentro desse projeto, a Seel já firmou parceria com 12 instituições.

Para a coordenadora Dora Ruas, o apoio do Governo de Sergipe representa a concretização de seus ideais – ideais estes que ela mantém desde que resolveu se mudar para o Pantanal e sentir, de perto, as dificuldades da comunidade. A banda de reggae Oganjah em parceria com a comunidade, organiza a associação para introduzir crianças e adolescentes no universo da música e do esporte. “Quando chegamos nessa comunidade, não tínhamos nenhuma condição. Com recursos próprios, iniciamos aulas de música e várias oficinas esportivas, dando aulas de capoeira, kickboxing, boxe e mais reforço escolar. Por isso um apoio como esse nos estimula a continuar acreditando na Arte e no Esporte como instrumentos de libertação”, ressaltou.

Oportunidade

Um dos professores que auxiliarão a C.H.A.M.A no trabalho comunitário será Sammyr Xavier, que ministrará aulas de Jiu-Jítsu. E sua participação foi encorajada pela oportunidade de cumprimento de uma promessa antiga: a de realizar trabalhos para alguma comunidade. “Acho que as pessoas mais humildes são geralmente as mais guerreiras, pois são aquelas que agarram a oportunidade com força quando elas surgem. Conheço muitas pessoas assim”, disse o professor. Xavier também não escondeu suas boas expectativas em relação à parceria. “Já conhecia a realidade daqui do Pantanal e do projeto da Tia Dora. Com esse apoio do Governo, sei que as coisas irão acontecer”, frisou.

O presidente da Federação Sergipana de Jiu-Jitsu, Jairo Moura, também prestigiou o evento e ainda fez demonstrações aos presentes. Para o professor, todos saem ganhando com esse tipo de trabalho. “O esporte sempre contribui muito para dar oportunidades aos que mais precisam. E espero que tudo isso não seja algo passageiro, mas sim algo que permaneça e tenha apoio. Pois o apoio é o que garante o resultado positivo e a mobilização”.

Válter Duarte, presidente da Federação Sergipana de Boxe, também salientou a importância do esporte como alternativa para a juventude. “O boxe está sendo muito bem aproveitado como um instrumento de inclusão social. Para mim é uma honra ver isso. Principalmente por saber que esse esporte já tem tradição em mudar vidas e destinos nas áreas de periferia. Tenho certeza de que esse projeto vai mudar muitas vidas aqui no Pantanal. E quando o fizer, esse lugar, que pouca gente sabe onde fica, vai ficar conhecido”.

Alunos

A depender da força de vontade dos jovens que lá estavam, a afirmação de Válter Duarte tem forte respaldo. O estudante Alan dos Santos Vieira, 18, já tem certeza de que seu esporte é o boxe. “Já fiz esse esporte por 3 meses, mas parei porque não pude mais pagar. Foi quando soube que estavam fazendo esse trabalho aqui”, disse. Alan também fez questão de frisar que conhece o objetivo social do projeto. “Assim a gente não anda solto pelas ruas. E acho isso muito bom”.

Aos 13 anos, o estudante Emerson da Conceição é outra promessa no ringue. Animado, o menino não escondeu seu entusiasmo em ter algo a mais para fazer. “Nem na escola a gente tinha esse tipo de esporte. Mas praticar é muito melhor do que ficar parado”. Já Rodolfo Rodrigues Lima, 14, escolheu o Jiu-jitsu. Filho de ex-jogador de futebol, o jovem disse estar animado para testar, em outra modalidade, a veia esportiva que herdou do pai. “Acho que vou gostar muito”, disse o garoto.

Além dos novos educandos, o destaque da comunidade no Boxe é Juliana, da Travessa Jordão.

Presenças

Também compareceram à solenidade Elleison Vasconcelos, gerente de área do Banese; Mattos, vereador de Aracaju; Cristóvão Bittencourt, presidente da federação de Karatê; Leonardo Campos, presidente da federação sergipana de Muay Thai; Jairo Moura, presidente da federação sergipana de Jiu Jitsu; Válter Duarte, presidente da federação sergipana de Boxe e Michael Taysson, Presidente da Federação Sergipana de kickboxing e Ancelmo Amaral, do Departamento de Inclusão Produtiva (DIPRO) da Secretaria de Estado da Inclusão Social.


Fonte: ASN

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